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terça-feira, 14 de junho de 2016

Constante solidão


Já sentiu-se a parte das coisas? 
Como se nada fizesse sentido ou nada se encaixasse? 
Ou que você não se encaixasse com ninguém, nenhum grupo, você sempre fosse aquele que está  lá, porém se não estivesse não teria problema.
Como se houve um problema para se ligar com outros, sempre me sinto assim... 
Fiz parte de tantos grupos, pequenos, grandes, diversificados, só de mulheres, etc... 
Nunca me senti acolhida, estou lá, meio neutra até aparentemente indiferente. 
Sofro-me com essa falta de importância, talvez por isso me sinta fazia, falta-me a humanidade recorrente, o traquejo social necessário para manter contatos prolongados.
Dificulto-me em manter amizades por longos períodos, manter-me perto é uma constante luta interna, forço a ficar perto daqueles que eu gosto, pois tenho tendência a me afastar sem intenção.
Isso acaba me afetando tanto... Tanto.... E não sei como melhorar...

sábado, 23 de janeiro de 2016

Humans... dead.



Duzentos anos após um grande acidente de laboratório.

Eram jovens médicos e pesquisadores que planejavam extinguir a AIDS através de uma modificação no DNA, dos saudáveis para criar resistência para o não desenvolvimento do vírus e dos doentes para criar estruturas que matassem o vírus.

Como alguém em algum momento falou "o inferno está cheio de boas intenções", nesse caso não foi diferentes. Houve algum erro nos cálculos e ao invés da cura da AIDS, eles haviam criado uma doença ainda pior. Uma coisa que só havia na imaginação, Bram Stoker aprovaria o que havia se criado durantes meses naquele laboratório.

Cobaias humanas foram utilizadas, dois tipos: pessoas saudáveis e pessoas doentes. As doentes apareceram sem problemas, pessoas desenganadas tentando estender a vida. Já as saudáveis tinham sido oferecidas pelo governo, presos que estavam condenados a morte, ou que simplesmente seria mais cômodo se estivessem mortos.

Os testes começaram, nada de anormal em nenhum dos grupos. Nem melhora nem piora por quase uma semana. Foi ai que começaram o que muitos na época intitularam "Apocalipse".

Os primeiros a despertarem, como seres diferentes, eram os doentes. Fortes, inconsequentes e mortíferos. O caos se instalou, os primeiros mortos foram invariavelmente os jovens idealistas que criaram os monstros. Depois daquele pequeno laboratório ter sido destruído, suas cobaias desaparecidos, rastros sangrentos começaram a aparecer em todas as direções. Os doentes precisavam de sangue, de muito sangue, viviam ensandecidos. Logo chamaram atenção e, na proporção que caçavam, foram caçados.

Essa caça aos vampiros, eram assim que os chamavam, pois se assemelhavam vagamente aos presentes na literatura, sede de sangue, fotofobia, difícil destruição. Acho que durou quase 100 anos essa caçada incessante do governo. Mas o que eles não perceberam, distraídos com os selvagens, foi que as cobaias saudáveis sumiram.

Homens e mulheres, de alta periculosidade e alta inteligência, que pareciam insignificantes perto dos monstros que assolaram o mundo. Esses haviam despertados como versões mais avançada dessa nova doença. A sede de sangue permanecia, assim como a fotofobia e o envelhecimento ultra retardado. Só que a consciência não houvera se perdido.

Primeiro tiveram de se adaptar a nova condição e encobrirem seus corpos, não que logo no começo isso fosse muito complicado, conseguindo se infiltrar e manipular a sociedade ao seu favor, usando os animalescos para esconder rastros, usando pessoas não infectadas com o vampirismo de laboratório. Subiram em altos escalões por trás das cortinas. Descobriram que mais vampiros animalescos podiam ser criados a partir de soros positivos através de sangue de pessoas que possuíam vampirismo.

A sociedade se focou em eliminar os vampiros que davam trabalho. Esquecendo-se daqueles que grandes mestres do terror se orgulhariam de escrever sobre, aqueles que sobreviveram isso tudo e agora controlam tudo que querem. Condes Dráculas, Lestats que governam longe de holofotes cada canto do globo. Isso foi só parte do que vive... E não pretendo morrer tão cedo.

"Não sou obrigada"

boho, fat, girl, hippie, indie, galaxy.universe


"Não sou obrigada", não sou mesmo, a nada, a padrão nenhum, a família nenhuma, a expectativa nenhuma, e, principalmente, a cara nenhum.
Quando eu tinha 16 anos, meu namorado, daquela época, me pediu para emagrecer, pois eu estava gorda demais, lembro que fiz o que podia, mas com uma vida de muito estudo e alimentação desregrada, nada adiantou. No final, terminamos, vida que segue. Com 17 anos, namorei um garoto que não gostava de armação de óculos grande e nem de batom vermelho, eu usava uma armação grande, apesar de ter uma pequena e vermelha, e vivia de lábios vermelhos por ai, com ele voltei a usar a armação vermelha e nunca sair de batom vermelho com ele. Terminamos, isso já era esperado. Outros casos aconteceram antes dos 16 anos, como fingir que eu conhecia algo e, na verdade, eu estar com uma página do google aberta para descobrir o que aquilo era. Esse era o meu medo de que se eu fosse eu mesma nenhum cara me olharia.
Todavia, cada vez que eu fingir ser quem não era, que eu pensava que não era boa o suficiente, que era feia, que ninguém fosse me querer, algo dentro de mim crescia. Uma pequena revolta, que com o passar dos anos foi se tornando grande, aquela vontade de se libertar, de cair fora daquela roda de amigos que só criticavam, ficar longe da família que só apontava os defeitos, terminar com aquele cara que queria só uma boneca para manipular.
Até que bati o pé no chão e decidi: "Ou vocês gostam de mim, pelo que eu sou, ou desgostem de vez e vão seguir sua vida, pois na minha não cabe nada, além de quem eu sou de verdade.". Alguns aceitaram, outros não. Parei de me ver menor do que outras pessoas, se tiver acima do peso, se me der vontade eu mudo ou como uma pizza inteira, alguém tem haver com isso?
Dos caras que me olham de cima a baixo e veem uma garota, "não dentro dos padrões", pena pra vocês! Acabaram de perder uma boa companheira, mas prefiro ficar longe de quem só taxa os outros pela aparência. Aos que não gostam de shorts curtos, cabelos curtíssimos, bocas vermelhas, óculos de tamanho descomunal, aos que querem as princesas, as que vão te olhar como se estivesse em um pedestal admiradas, desculpa, aqui não é o seu lugar. Vou te olhar nos olhos, bater de frente se for preciso, não vou me achar menor do que você, e ao que eu uso ou deixo de usar, essas coisas são eu, ou gosta de mim inteira, ou não. Quando decidi adotar a posição de não me menosprezar para exaltar alguma pessoa, foi visível minhas melhoras, cheguei uma vez a ouvir um comentário repreensivo por isso, apesar de estar disfarçado de elogio, de uma colega que me disse "admiro o fato de você se colocar no mesmo patamar que os caras com quem ficas, eu sempre vejo o meu namorado como se ele tivesse em outro nível", esse comentário foi feito pouco tempo depois de eu ter terminado um namoro, se a minha atitude de me igualar faz com que os meninos se afastem, tudo bem, sempre preferi homens a meninos.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Não parecia muito naquele tempo... #018


Não parecia muito naquele tempo que riamos sem parar de qualquer besteira, que dividíamos o fone de ouvido, que não existia segredos entre nós. Melhores amigas são assim, né? Duas partes de um só, ninguém a conhece melhor do eu e vice-versa.

Gostava de quando isso era simples, sem toda essa coisa de "gostar", de "amar". Não que fosse ruim te amar, longe disso... O ruim é não poder me declarar. Medo da rejeição, sabe? Não deve saber, já que foi a única coisa que até hoje não contei para ela. Porém, de hoje não passa!

Prefiro ficar sem falar com ela, do que aguentar mais um dia de "E se...". Marcamos um cinema, aqui em casa como sempre. Tudo pronto, filme, pipoca, chocolate e refrigerante. Uma tarde normal, tão tipica e ao mesmo tempo atípica. Arrumada como sempre, short, blusa, uma maquiagem leve, cabelo preso. Parecia que a hora não passava...

"Ding-dong" ,sinceramente nunca ouvi campainha mais clichê, corro até a porta, conto até cinco, respiro fundo e abro. Lá está ela, mais alta que eu, branca, cabelos presos numa trança, loiro, olhos castanhos, sorriso magnífico. Joguei-me em cima dela, num abraço. Quase caímos e depois rimos disso. Ela entrou, fomos pro quarto e assistimos a comédia romântica mais clichê, uma coisa bem água com açúcar, que amamos. Cada minuto do seu lado, menos coragem tinha de falar a verdade.

- Aly... - Chamei baixinho, torcendo para que estivesse concentrada no filme e não me ouvisse.

- Oi - Respondeu sem virar para mim, vendo o filme com muita atenção. É agora ou nunca, diga... diga rápido... como se retirasse um band-aid.

- Eu te amo, não me odeie, sei que somos melhores amigas, mas precisava falar a verdade. - Disse tudo em uma respiração só. Seu rosto se virou e me encarou, uma expressão de surpresa apareceu. Desviei o olhar, passaram-se horas, ou talvez fossem segundos.

O silêncio era esmagador, um misto de arrependimento e medo tomou o meu peito, pensando na besteira que havia falado, claro que ela se afastaria, somos mulheres... Isso não deveria acontecer, mas aconteceu.

- Me perdoa, não deveria ter dito nada - Falei, quase suplicando - Por favor, diz alguma coisa!

O silêncio dela me aflige.

- Eu n-não sei o que dizer - Ela me respondeu baixo e desviando o olhar.

- Só me desculpa, podemos nunca mais falar nisso, só não me odeie - O medo de perde-la se instalou.

- Tina... Eu não te odeio - Aly disse firmemente e olhou para mim - eu te amo...

Não sabia se aquele "eu te amo" era de amizade ou reciprocidade. 

- Sei que me amas, somos melhores amigas - Falei virando o rosto para o outro lado.

- Eu te amo como você me ama - Ela me fez a encarar, castanho no azul, azul no castanho, e quebrou a distância de nós duas.

Não sei como vai terminar isso... Mas não quero que acabe.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Ela sou eu #001


Ela não era a mais charmosa da sala, mas possui suas peculiaridades. Cabelos abaixo dos ombros meio ondulados ruivos desbotados e raiz mais escura indicando que o ruivo não era sua cor natural, baixa estatura, tinha vários quilos a mais, o que facilmente poderia ser descrita como gorda, mas tinha curvas bem marcadas. Sua pele era branca levemente puxada para um tom mais bronzeado, só que estava pálida pelo pouco sol que pegava. Sua boca não era nem grande nem pequena, era do tamanho certo, nariz redondo e olhos pequenos negros e puxados nos cantos, as sobrancelhas eram boas molduras de seus olhos, rosto com formato de circulo e bochechas bem cheias. Seu óculos de grau era seu companheiro inseparável, grande, quadrado, rosa escuro. Era bonita, mesmo sem estar com a melhor roupa, calça jeans, blusa folgada e sapatilha. Novamente havia esquecido de colocar os brincos que sua mãe mandara. Usava maquiagem forte, delineador preto realçando os olhos e batom vermelho. Seu nome era Amanda, ela parecia ser mais do que aparentava.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Desafio 642 coisas sobre a qual escrever


Eu estava quieta pelo facebook quando fui adicionada em um grupo que possuia o nome desse post, logo isso me chamou atenção, pois eu gosto de tentar escrever coisas diferente, todavia as vezes não sei para onde direcionar essa vontade de escrever.

Decidi-me por aceitar o desafio e escrever um por um os temas propostos pelos criadores do grupo, acho uma boa forma de testar diferentes tipos de temática escrita, os próprios criadores ainda não terminaram de criar os 642 temas, mas já existem 300 para serem feitos, então mão a obra!

Sei que poucos leem aqui, mas gosto de escrever e ter onde publicar é reconfortante. Meu sonho é um dia escrever um livro, muitas pessoas que conheço são melhores que eu ( como meu querido Felipe Santiago http://nightintavern.blogspot.com.br/ ).

Porém não nasci pra desistir e um dia terei meu nome exposto em livrarias ao redor do mundo. Não sei ainda se seguirei a ordem ou farei as coisas meio aleatórias, mas acompanhem e descubra. O link para a lista com os temas é esse:

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Um beijo no Ano novo


Poucos segundos para a meia noite, mais um ano novo. Decidi de última hora vir para essa festa com alguns amigos, ou melhor conhecidos, estava legal conversamos e riamos de besteiras, você estava num canto da rodinha, de você só sabia o nome, malmente Andrei? Andrew? Bento? não sei... O som estava alto demais. A música não era o tipo que eu gostava, também não era o seu aparentemente.

10... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1... FELIZ ANO NOVO!

Todos se abraçaram, rimos mais, decidimos sair daquele espaço apertado, fomos para uma sala pequena e a música tava baixa, não tinha cadeira para todos. Meu pé estava me matando, sentei e tirei o salto. Você aproveitou a brecha e sentou no braço da poltrona. Se aproximou para conversarmos, você falou do meu sorriso e dos meus olhos, me deixou sem graça e corada.

Perguntou-me se estava perto demais, eu respondi que não. Não sei dizer quem beijou quem... Só selamos esse beijo entre dois desconhecidos. Discutimos amenidades e outros beijos. Marcamos de nós rever.


Será que isso foi o começo de um romance? Ou foi só uma noite?