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quarta-feira, 4 de março de 2015

Não parecia muito naquele tempo... #018


Não parecia muito naquele tempo que riamos sem parar de qualquer besteira, que dividíamos o fone de ouvido, que não existia segredos entre nós. Melhores amigas são assim, né? Duas partes de um só, ninguém a conhece melhor do eu e vice-versa.

Gostava de quando isso era simples, sem toda essa coisa de "gostar", de "amar". Não que fosse ruim te amar, longe disso... O ruim é não poder me declarar. Medo da rejeição, sabe? Não deve saber, já que foi a única coisa que até hoje não contei para ela. Porém, de hoje não passa!

Prefiro ficar sem falar com ela, do que aguentar mais um dia de "E se...". Marcamos um cinema, aqui em casa como sempre. Tudo pronto, filme, pipoca, chocolate e refrigerante. Uma tarde normal, tão tipica e ao mesmo tempo atípica. Arrumada como sempre, short, blusa, uma maquiagem leve, cabelo preso. Parecia que a hora não passava...

"Ding-dong" ,sinceramente nunca ouvi campainha mais clichê, corro até a porta, conto até cinco, respiro fundo e abro. Lá está ela, mais alta que eu, branca, cabelos presos numa trança, loiro, olhos castanhos, sorriso magnífico. Joguei-me em cima dela, num abraço. Quase caímos e depois rimos disso. Ela entrou, fomos pro quarto e assistimos a comédia romântica mais clichê, uma coisa bem água com açúcar, que amamos. Cada minuto do seu lado, menos coragem tinha de falar a verdade.

- Aly... - Chamei baixinho, torcendo para que estivesse concentrada no filme e não me ouvisse.

- Oi - Respondeu sem virar para mim, vendo o filme com muita atenção. É agora ou nunca, diga... diga rápido... como se retirasse um band-aid.

- Eu te amo, não me odeie, sei que somos melhores amigas, mas precisava falar a verdade. - Disse tudo em uma respiração só. Seu rosto se virou e me encarou, uma expressão de surpresa apareceu. Desviei o olhar, passaram-se horas, ou talvez fossem segundos.

O silêncio era esmagador, um misto de arrependimento e medo tomou o meu peito, pensando na besteira que havia falado, claro que ela se afastaria, somos mulheres... Isso não deveria acontecer, mas aconteceu.

- Me perdoa, não deveria ter dito nada - Falei, quase suplicando - Por favor, diz alguma coisa!

O silêncio dela me aflige.

- Eu n-não sei o que dizer - Ela me respondeu baixo e desviando o olhar.

- Só me desculpa, podemos nunca mais falar nisso, só não me odeie - O medo de perde-la se instalou.

- Tina... Eu não te odeio - Aly disse firmemente e olhou para mim - eu te amo...

Não sabia se aquele "eu te amo" era de amizade ou reciprocidade. 

- Sei que me amas, somos melhores amigas - Falei virando o rosto para o outro lado.

- Eu te amo como você me ama - Ela me fez a encarar, castanho no azul, azul no castanho, e quebrou a distância de nós duas.

Não sei como vai terminar isso... Mas não quero que acabe.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Oi, tudo bem? tem como você mudar o user do seu blog writingmandywriting? pois tenho um blog com o mesmo nome "writingmandy" e várias contas com esse nome, as pessoas podem me confundir com você ficarei grata se mudar por favor.

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    1. oi! não tenho, vi o seu blog, só tem uma postagem e foi feita dia 2 de agosto de 2015... então não vejo motivo para mudar, também devem ter outras pessoas com esse nome ou nome parecido e isso não me incomoda, não vejo motivo para mudar o meu blog. Att. Boa sorte com o seu blog!

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    2. oi! não tenho, vi o seu blog, só tem uma postagem e foi feita dia 2 de agosto de 2015... então não vejo motivo para mudar, também devem ter outras pessoas com esse nome ou nome parecido e isso não me incomoda, não vejo motivo para mudar o meu blog. Att. Boa sorte com o seu blog!

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